sábado, 4 de maio de 2013

Perdoar é fácil?

Tenho pensado muito neste tema, neste ato PERDOAR.
Por incrível que possa parecer eu nunca tive dificuldades em perdoar alguém que tenha me magoado, mas ultimamente eu encontro uma grande dificuldade em perdoar uma pessoa que por pela lógica deveria ser mais fácil, mas quem disse que sentimentos são lógicos?
Guardar magoa é ruim, não perdoar é prejudicial à saúde física e mental, sim, eu sei e acredito que a maioria das pessoas saiba disso. Mas e ai?
Sim, perdoar é um exercício  e como tal tem que ser constante, até se tornar uma ação quase que involuntária. É necessário se reeducar, criar novos hábitos e tudo isso leva certo tempo para acontecer.
O perdão tem que vir de dentro, o motivo tem que ser puro, quer dizer devemos perdoar porque isso é o certo, e não para ganharmos algo em troca, mesmo que esse algo seja imaterial.
Perdoar é se desprender de orgulho, se vestir de humildade. É deixar o amor falar mais alto.
E repito, até então nunca haviam me deparado com tamanha dificuldade em exercer esse ato, sei que a dificuldade é proporcional ao amor que existia, a decepção que surgiu e a dor que deixou. Não que as outras pessoas que me magoaram não foram amadas, sim foi umas mais que outras, e sim todas causaram dores que deixaram cicatrizes, mas neste caso os laços rompidos aqui foram sanguíneos e sentimentais.
Conversando com uma pessoa que a cada dia mais tem se tornado alguém muito querido, ela usou a seguinte expressão: SUAVIZAR
E esta palavra ficou na minha cabeça, talvez eu esteja sendo duro demais, rígido demais do que das vezes anteriores... na verdade estou o uso do talvez foi quase involuntário, e deixei registrado para exemplificar que nem o meu cérebro e nem o meu coração aceitaram esta idéia ainda, e olha que são raros os momentos em que eles concordam em algo.
Mas tenho buscado esse perdão, tenho trabalhado em mim essa suavidade, como disse a essa pessoa, eu preciso primeiro esquecer, sair do meio dos acontecimentos, e isso também é difícil, mas com a ajuda de Jesus, sei que irei passar por esta fase também.
Segue abaixo o texto que recebi sobre perdão:

Perdoar
Sim, deves perdoar! Perdoar e esquecer a ofensa que te colheu de surpresa, quase dilacerando a tua paz. Afinal, o teu opositor não desejou ferir-te realmente, e, se o fez com essa intenção, perdoa ainda, perdoa-o com maior dose de compaixão e amor.
Ele deve estar enfermo, credor, portanto, da misericórdia do perdão.
Ante a tua aflição, talvez ele sorria. A insanidade se apresenta em face múltipla e uma delas é a impiedade, outra o sarcasmo, podendo revestir-se de aspectos muito diversos.

Se ele agiu, cruciado pela ira, assacando as armas da calúnia e da agressão, foi vitimado por cilada infeliz da qual poderá sair desequilibrado ou comprometido organicamente. Possivelmente, não irá perceber esse problema, senão mais tarde.
Quando te ofendeu deliberadamente, conduzindo o teu nome e o teu caráter ao descrédito, em verdade se desacreditou ele mesmo.
Continuas o que és e não o que ele disse a teu respeito.
Conquanto justifique manter a animosidade contra tua pessoa, evitando a reaproximação, alimenta miasmas que lhe fazem mal e se abebera da alienação com indisfarçável presunção.
Perdoa, portanto, seja o que for e a quem for.
O perdão beneficia aquele que perdoa, por propiciar-lhe paz espiritual, equilíbrio emocional e lucidez mental.
Felizes são os que possuem a fortuna do perdão para a distender largamente, sem parcimônia.
O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é espírito em lucro.
Se revidas o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em melhor condição; mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em marcha invejável pela rota do bem.
Todo agressor sofre em si mesmo. É um espírito envenenado, espargindo o tóxico que o vitima. Não desças a ele senão para o ajudar.
Há tanto tempo não experimentavas aflição ou problema - graças à fé clara e nobre que esflora em tua alma - que te desacostumaste ao convívio do sofrimento. Por isso, estás considerando em demasia o petardo com que te atingiram, valorizando a ferida que podes de imediato cicatrizar.
Pelo que se passa contigo, medita e compreenderás o que ocorre com ele, o teu ofensor.
O que te é Inusitado, nele é habitual.
Se não te permitires a ira ou a rebeldia - perdoarás!
A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que carrega, está ferida ou se ferirá simultaneamente. Não lhe retribuas a atitude, usando estiletes de violência para não aprofundares as lacerações.
O regato singelo, que tem o curso impedido por calhaus e os não pode afastar, contorna-os ou para, a fim de ultrapassá-los e seguir adiante.
A natureza violentada pela tormenta responde ao ultraje reverdescendo tudo e logo multiplicando flores e grãos.
E o pântano infeliz, na sua desolação, quando se adorna de luar, parece receber o perdão da paisagem e a benéfica esperança da oportunidade de ser drenado brevemente, transformando-se em jardim.
Que é o "Consolador", que hoje nos conforta e esclarece, conduzindo uma plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em missão de misericórdia e amor, senão o perdão de Deus aos nossos erros, por intercessão de Jesus?!
Perdoa, sim, e intercede ao Senhor por aquele que te ofende, olvidando todo o mal que ele supõe ter-te feito ou que supões que ele te fez, e, se o conseguires, ama-o, assim mesmo como ele é.
"Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes". Mateus: 18-22.
"A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacifico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas". O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. X - Item 4.
Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Florações Evangélicas



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